domingo, 30 de janeiro de 2011

Romance (cont.)

Eu procuro seguir-te. Ainda que tudo o que faças é esconder-te e fugir. Eu ambiciono seguir os teus passos e tu teimas em acelerá-los. Não entendo. Não percebo. Não compreendo.
Tudo o que pensei... Vão. Tudo o que ambicionei... Vazio.
Cabe-me a mim sofrer esta ansiedade. Guardar estas palavras meigas e estes gestos que as acompanham. Um dia alguém virá receber o que tenho para ti. Talvez. Porque agora, tudo o que fazes é mágoa. Tudo o que causas é dor. Eu lamento. E assim não chegará a crescer um grande amor.

sábado, 15 de janeiro de 2011

A Estrela caiu

Uma estrela caída do céu.
Desavinda do seu lugar.
Perdida no seu oposto.
Pesa no seu rosto.
A ansiedade da distância.

Caiu por sua vontade.
Permaneceu pelo alheio.

O brilho.
Perdera-se a cada instante.

Rendeu-se à falta de luz.
Aquela que ainda seduz.
Ficou intacta.
Naquele chão que todos pisam.

Nenhum lhe tocou.
Nenhum lhe deu a mão.
Nenhum a levou.
Para onde pertencia.
Aquela estrela, cansada e triste.
Já pouco reluzia.
E tu.
Sabes o que viste.
Quando aquela estrela ainda vivia.
Naquele céu de plasticina.
Moldado à tua medida.
Por um artista que te esculpiu a sina.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Podia. Poderei. Pude. (Continuei.)

Eu podia voar. Podia chegar mais longe. Podia beber daquele veneno que não mata mas mói. Sentir aquela dor que não se sente. Aquela dor bem diferente. O silêncio. O silêncio que profiro em vão. O nada das palavras no tudo de um momento. Um momento. Fugaz mas verdadeiro.
Um dia vou voar. Vou conhecer e aprender tudo o que conseguir. Vou ensinar tudo o que sei. Esquecer o que nunca esquecerei. Lembrar o que nunca esqueci. Soldar o passado ao presente. Construir pontes para o futuro.
Neste dia cheguei mais longe. Cheguei porque tomei consciência que mais longe é uma luta constante. Cheguei porque quero continuar feliz. Bebi. Senti. Calei. Voei, conheci, aprendi, ensinei. Esqueci. Lembrei. Nada! Rigorosamente nada!
Um dia cheguei mais longe. E continuei.