segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Chuva


Vou ficar-me por aqui. Deixar a chuva escorrer o meu rosto inebriado e secar-se nas minhas roupas de algodão. Sentir a parafernália de saudades que me trazem as gotículas. Saudades tuas, de ti, de te querer. Saudades de te ter perto, e aqui ao lado e de dar-te a mão.
Ouves a chuva lá fora? Ecoa na minha cabeça o tiquetaque pluvial. Sinto-o ziguezaguear por entre o vento como eu faço para fugir da dor.
Sei que vais voltar. Que vou voltar. Que vamos voltar.
Sei que em mim vai deixar de chover. Vou saber se tenho de ir para longe ou para perto. Se é agora ou mais tarde. Se é para sempre ou por instantes. Vou saber o que fazer, quando amanhã o dia amanhecer e eu não sentir este tumultuoso chover.