sábado, 5 de dezembro de 2009

Sombra



Mergulho na noite sombria. Onde os gatos são pardos. Onde me camuflo por entre a urbe. Sonhos nascem. Vidas terminam. Becos ganham saída. Balas soltas alojam-se na carne putrefacta. A fome alastra-se a cada passo. Os carros rolam por toda a cidade deixando a poluição esfumar-se para toda a população. Os corpos absorvem tudo em seu redor e vão jazendo e o meu não é excepção a não ser por eu ter noção disso. As esperanças morrem e a saúde enfraquece.
Nesta vida de bifurcações, nesta caminhada íngreme de tristezas e de alegrias. Neste voar rente ao chão. Neste mergulho fugaz. Para lá do perto vejo o longe. Depois das coisas vejo como foram criadas. Depois da aparência vejo a essência. Não é por saber demasiado que tudo ganha sentido. Não é por viver intensamente que aprendo mais depressa. Mas sei reter na alma aquilo que muitos só trazem na sombra.

2 comentários:

  1. Falta a luz! xP

    Gostei ^^,

    Beijinho grande Joãoooo!

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  2. gosto da mistura entre o sombrio e a realidade, descreve alguma da prostração da vida.

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